
5) A paisagem rural e os seus solos

Quando a gente olha para uma paisagem rural, tem que pensar tanto no que tem de natureza (chão, planta, rio) quanto nas pessoas e no que elas fazem. O tipo de solo manda muito no jeito que as lavouras ficam espalhadas. Existe um jeito de avaliar o solo chamado Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras. Diz que precisamos saber onde a terra é boa e onde tem problema, para não estragar o solo com erosão (quando a terra vai embora com a chuva) ou compactação (quando o solo fica duro, ruim de plantar).
Também é importante olhar o solo de perto: ver se ele é fofinho (propriedades físicas), se tem os nutrientes certos (propriedades químicas), e se tem vida dentro – tipo minhocas e bichinhos (propriedades biológicas). Assim, a gente sabe se ele é bom para cada tipo de plantio.
Quando entendemos bem a paisagem e o solo, dá para planejar como usar a terra sem gastar tudo de uma vez, cuidando tanto da produção da roça quanto do meio ambiente e do bem-estar de todo mundo que vive ali.

Na região do rio Guapi-Macacu, que fica quase toda dentro de Cachoeiras de Macacu, os estudos mostram que a terra por lá é principalmente de dois tipos: Latossolos e Argissolos. São solos que, sozinhos, não têm muitos nutrientes (baixa fertilidade), mas que têm uma boa estrutura — ou seja, o chão é bom para trabalhar quando cuidar direito.
Segundo os técnicos da Embrapa Solos, boa parte dessas terras não é a melhor opção para lavouras intensivas com culturas que exigem muito da terra, como milho. Mas são boas para colocar pasto plantado, reflorestar ou proteger a natureza, principalmente onde o terreno é muito inclinado ou cheio de morros.
Por causa disso, é importante ter cuidado e fazer tudo da maneira certa, juntando lavoura, criação de animais e plantio de árvores para preservar a natureza e garantir que a terra continue boa pra quem trabalhar nela no futuro.
