Biodiversidade na REGUA
A Mata Atlântica é um dos cinco principais hotspots de biodiversidade da Terra [5]. Estudos paleoambientais indicaram que a Mata Atlântica já foi contígua com a Amazônia, tendo-se separado durante o período Terciário, quando um clima progressivamente mais árido permitiu que a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal – dominados por uma vegetação herbácea aberta, mais seca e arbustiva – formassem uma barreira formidável entre as duas grandes florestas [2]. Embora a ocorrência de períodos mais úmidos no recente Pleistoceno tardio e Holoceno tenha permitido o estabelecimento de corredores florestais entre a Mata Atlântica e a Amazônia [1] [2], por dezenas de milhares de anos, a Mata
Atlântica evoluiu em grande parte com pleno isolamento geográfico.
Juntamente com uma vasta distribuição latitudinal e uma ampla gama altitudinal devido à topografia montanhosa da região, o isolamento geográfico produziu uma biodiversidade rica, com um nível excepcionalmente alto de endemismo [6]. O grau de Endemismo da Flora e Fauna da Mata Atlântica é de cerca de 50%, mas chega a 90% para alguns tipos de organismos [3].
Bio-inventários na REGUA mostraram que, com sua cobertura florestal contínua, indo desde a floresta úmida da baixada até às matinhas de neblina das montanhas a 2.000 metros acima do nível do mar, alagados, rios, pastagens e campos agrícolas, a REGUA é uma importante área de Mata Atlântica para a biodiversidade e uma área de alta prioridade de conservação.