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6) Restauração Florestal

O objetivo principal da restauração é trazer de volta o equilíbrio da natureza, fazendo com que o ambiente volte a ser saudável e funcione bem. Ela também tenta recuperar parte da vida natural da região e ajudar os processos naturais da floresta a acontecerem de novo, com o crescimento de novas árvores e plantas.

 

A restauração florestal (ou seja, plantar mudas e cuidar para virar árvores e recuperar áreas verdes) pode ser feito por vários motivos, como:

  • Proteger os animais e plantas que vivem ali (biodiversidade);

  • Cuidar das fontes de água; Ajudar a diminuir os efeitos das mudanças do clima;

  • Melhorar os benefícios que a natureza nos dá, como ar puro e solo fértil;

  • Trocar o jeito antigo de plantar por um sistema mais variado e saudável;

  • Conseguir certificações para vender produtos em certos mercados;

  • Compensar danos que já foram feitos à natureza.

Há várias técnicas para formação de povoamentos florestais, para no futuro virar floresta

 

  • Plantio de mudas de espécies arbóreas em área total.
     

  • Semeadura direta de espécies nativas (muvuca de sementes).
     

  • Adensamento / enriquecimento da vegetação nativa regenerante com o plantio de mudas e/ou semeadura direta com espécies arbóreas.
     

  • Sistemas Agroflorestais (SAF) são formas de usar a terra de um jeito que mistura árvores, plantas de comida e, às vezes, criação de animais, tudo junto ou em fases. A ideia é produzir mais, sem destruir a natureza, e manter a terra fértil por muito tempo. Esses sistemas devem respeitar o jeito de viver da população local e usar o conhecimento dos agricultores sobre o que plantar e como vender. Por isso, não existe um modelo único - cada lugar tem que pensar em um jeito que funcione bem ali.

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Agrofloresta é plantar alimentos dentro da floresta. É mais raro no Brasil.

Exemplo: plantar cacau ou erva-mate em áreas de capoeiras ralas.

 

Já plantar ou cuidar de árvores da própria floresta, como a palmeira Jussara, não é agrofloresta. Isso é chamado de enriquecimento da floresta, pois serve para aumentar o valor e o uso da mata, mas sem misturar com culturas agrícolas.

As principais etapas da restauração florestal incluem:

 

Diagnóstico e planejamento: antes de começar com a restauração é fundamental analisar as condições da área, como o grau de degradação do solo e da vegetação, a presença de regeneração natural, para então definir o método/técnica de restauração mais adequado.

 

Seleção do método geral de restauração florestal:

  • Passiva: condução da regeneração com ações de manejo mais intensas ou menos intensas.

  • Ativa: plantio de mudas e/ou semeadura direta.

O que deve ser considerado durante a implementação?

 

Qualidade de sítio florestal: É o conjunto de coisas que influenciam o quanto um lugar pode produzir, como plantas e árvores. Essa capacidade depende de fatores da natureza, como o tipo de solo, a inclinação do terreno (se é plano ou inclinado), se o solo tem bastante ou pouca água, se há vegetação de diferentes tipos (ervas, arbustos e árvores), e se a natureza consegue se recuperar sozinha (regeneração natural).

 

Preparo da área e do solo: Conjunto de práticas que, quando usadas corretamente, mantém ou aumentam a produtividade a médio e longo prazo (adubação), favorecendo o crescimento e o desenvolvimento das plantas, reduzem a erosão pela água e do vento e melhoram a relação custo-benefício dos recursos disponíveis.

 

Seleção de espécies arbóreas para o plantio: Depende da qualidade do sítio, por exemplo drenagem do solo, dos objetivos da formação do povoamento (restauração das condições locais, prevenção de erosão etc.) do método aplicado. As espécies devem ser diversas e nativas, porque sustentam a fauna local, favorecem a regeneração natural e já estão adaptadas às condições climáticas locais.

 

Espaçamento de plantio: É uma ferramenta importante para ajudar a formação do povoamento.

 

Adubação de plantio e de cobertura: A maioria das árvores da Mata Atlântica não responde aos fertilizantes químicos normalmente utilizados na agricultura e na implantação de povoamentos de eucalipto, nem ao potássio como fertilizante complementar.

 

Qualidade de mudas: Indicar os padrões de qualidade de mudas arbóreas (relação altura/diâmetro equilibrada, vigor, origem genética adequada) com foco em rendimento de plantio e transporte, para otimizar resultados e reduzir custos de implantação.

Controle de pragas e plantas daninhas: Formigas cortadeiras precisam ser controladas antes, durante e após o plantio, até a formação do povoamento florestal. Importante frisar que formigas no ambiente trazem também benefícios ecológicos, então elas devem ser controladas e não combatidas. Plantas espontâneas que interferem no crescimento das árvores são consideradas ervas daninhas e devem ser controladas. Animais domésticos (gado, cavalos, cabras) representam outra ameaça às plantações, razão pela qual cercas são frequentemente necessárias.

 

Monitoramento e manutenção: Após o plantio são necessários para acompanhar o crescimento das plantas e garantir que a restauração seja bem-sucedida. Incluem medições regulares do crescimento, o replantio de mudas onde houve falhas, tratos culturais para promover o estabelecimento dos povoamentos, e a construção e manutenção de aceiros para evitar incêndios.

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Conhecendo as plantas e suas famílias

O sistema das famílias de plantas, a chamada “taxonomía” , é uma forma de organizar e classificar todas as plantas que existem, separando elas em grupos segundo características parecidas. A ideia é juntar as plantas que têm coisas em comum, para entender melhor quais são parecidas e como elas estão relacionadas. Funciona como uma grande escada com vários degraus, indo do mais geral para o mais específico, o que a espécie.

Para identificar espécies de árvores brasileiras, os cientistas olham características vegetais, como o formato das folhas, tipo da casca, flores, frutos, sementes, e até o jeito como a árvore cresce. Por exemplo, uma árvore pode ser identificada pelo formato e posição da folha no ramo — se ela é redonda, pontuda, composta e muito mais, ou pela cor, forma, posição e cheiro da flor.

 

Então, com esse sistema, é possível dizer o nome certo de cada árvore (que é o nome científico) e saber a qual família ela pertence. Isso ajuda muito a evitar confusão, porque no Brasil uma mesma árvore pode ter vários nomes diferentes dependendo da região, mas o nome científico é o mesmo em todo lugar.

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Sementes de espécies arbóreas e
a produção de mudas

A produção de mudas começa com a coleta das sementes das árvores. O mais importante na colheita de sementes para a produção de mudas arbóreas destinadas à restauração da Mata Atlântica é garantir qualidade e diversidade genética das sementes.

Para isso, é necessário seguir os seguintes passos:

 

  • Vigor e Diversidade genética: É preciso coletar sementes de árvores vigorosas (com características de bom crescimento e copa bem volumosa) no ambiente natural das árvores nativas, ou seja, diretamente na floresta. Se for possivel coletar de muitas árvores diferentes para garantir que as mudas sejam saudáveis e diversas. Isso evita que futuras florestas tenham plantas muito “aparentadas” , o que pode prejudicar a resistência da mata.

  • Coletar próximo ao local de plantio: Sempre que possível, as sementes devem ser colhidas em áreas naturais próximas ao local onde as mudas serão plantadas. Isso ajuda as plantas a se adaptarem melhor, pois já vêm de árvores com genética adequada ao clima, solo e outras condições daquele lugar.

  • Época certa e respeito à natureza: A coleta deve ser feita no período certo, durante a frutificação, sem retirar todas as sementes de uma única árvore. É fundamental deixar parte das sementes para alimentar animais e garantir a regeneração natural da floresta.

  • Cuidados no armazenamento: Após a coleta, é importante armazenar e secar bem as sementes, pois a umidade e o calor podem estragá-las rápido. Limpar, secar à sombra e guardar em locais frescos e ventilados ajudam a manter a qualidade.

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As principais etapas na produção de mudas de árvores podem ser resumidas como:

 

  • Preparo do substrato: O substrato é o solo em que as sementes vão germinar. Ele deve ser preparado com materiais que garantam a nutrição das sementes e um ambiente saudável para o desenvolvimento das mudas, como terra vegetal, areia e compostos orgânicos.

  • Semeadura: As sementes são colocadas em recipientes (saquinhos plásticos, tubetes ou bandejas) cheios de substrato e mantidas em viveiros, onde recebem água e proteção do sol intenso ou chuvas fortes. Para algumas espécies de árvores, é necessário promeiro imitar as condições do solo florestal (por exemplo, com muitas folhas secas). Depois de germinarem nesse ambiente, as pequenas mudas são transferidas para as saquinhos ou tubetes.

  • Cuidados durante o crescimento: As mudas precisam de irrigação regular, controle de pragas e doenças, adubação quando necessário e remoção de ervas daninhas para garantir seu desenvolvimento saudável.

  • Rustificação: Antes do plantio no local de restauração, as mudas passam por uma fase de adaptação, chamada rustificação. Nessa etapa, elas recebem menos água e passam por variações de luz e temperatura para ficarem mais resistentes às condições do campo.

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