Estas borboletas de viva coloração vermelho-tijolo com listras pretas brilhantes e um número variável de pontos brancos pertencem à subfamília Danainae dos Ninfalídeos. A maioria dos gêneros desta família voa na África tropical e nas regiões Indo-Australásicas, onde se apresentam principalmente de cor negra-marrom, creme ou branco-esverdeada. No entanto, o cosmopolita gênero Danaus apresenta mais espécies nas Américas e se compõe majoritariamente de espécies vermelho-alaranjadas, com algumas exceções no Velho Mundo. São borboletas migratórias de vida longa, sendo a borboleta Monarca mundialmente famosa por suas migrações anuais em massa entre o Canadá e a região central do México.
Essas borboletas são um modelo popularizado entre os pesquisadores que estudam as relações bioquímicas entre insetos e plantas devido à facilidade de criá-las em grande número em laboratório. As espécies de Danaus retêm alguns dos compostos químicos secundários tóxicos de suas plantas hospedeiras que as protegem de predadores durante sua vida adulta. A pesquisadora Daniela estuda essas relações há décadas, desde seus tempos na UNICAMP junto ao grupo especializado nessas interações inseto-planta de lá. Há um par de anos que se mudou para a UFRJ no Rio de Janeiro tendo continuado suas pesquisas na REGUA e regiões vizinhas onde tanto Danauserippus como D. gilippus (ligeiramente menor e com mais pontos brancos) são residentes comuns.
Suas larvas se alimentam localmente de “Milkweed” (Asclepias curassavica), uma planta herbácia perene que ocorre em áreas ensolaradas ao longo de estradas, trilhas e bordas de campos de lavouras. Recentemente, uma espécie exótica de Asclepias colonizou algumas áreas litorâneas do Brasil levantando algumas questões, pelo que Daniela agora está testando o desempenho das larvas de Danaus erippus se alimentando nesta planta, em termos de nutrição, taxa de crescimento e sobrevivência das larvas.
Data: 30/05/22
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